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Do palco, sem artifícios, Lula zomba, usa de ironia e assiste à chegada de um revés tarifário avassalador
A alíquota de 50% está prestes a ser implementada, com o presidente Lula em ritmo de campanha, e o Brasil à beira de uma derrota de alto custo.
Na iminência de uma decisão crucial, faltando apenas quatro dias para o prazo final, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que aguardará até sexta-feira para definir as ações de apoio aos segmentos econômicos e empresas mais afetadas pela iminente elevação de impostos de importação, orquestrada por Donald Trump. Essa postura levanta um questionamento persistente: qual é a estratégia de Lula? Ele estaria contando com o desfecho de tratativas confidenciais? Espera uma reversão da taxa de 50%, que Trump já rejeitou? Ou simplesmente aguarda o impacto total da crise?
Mantendo-se em um modo constante de campanha, Lula persiste em desafiar e ridicularizar Donald Trump e os Estados Unidos. Essa tática intensificou-se após uma pesquisa Genial/Quaest indicar um aumento em sua própria aprovação e um declínio na de Jair Bolsonaro, impulsionados pela ameaça de tarifas e pelas comunicações consideradas desajeitadas do ex-presidente americano. Diante disso, surge outra indagação: qual é o verdadeiro objetivo de Lula? Concretizar um acordo vantajoso até sexta-feira ou garantir uma posição favorável para as eleições de 2026? É possível que um cenário dependa do outro.
Apesar dos intensos esforços de diálogo e articulação empreendidos pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, por empresários tanto brasileiros quanto americanos, e pela delegação de senadores que visitou os EUA, não há indícios concretos de que negociações efetivas estejam em curso ou de que existam perspectivas reais de redução da tarifa de 50%.
Tal negociação pareceria um desfecho lógico, considerando que a alíquota proposta excede em mais do dobro a média das sanções impostas por Trump globalmente. Adicionalmente, o Brasil, embora seja um dos alvos principais, mantém uma balança comercial deficitária com os EUA – fato que Lula tem insistentemente enfatizado. Teoricamente, as medidas tarifárias severas são aplicadas a países com grandes superávits comerciais, e não a nações com déficit.
Se as conversações seriam tão esperadas, por que não há sinais de progresso, e por que a crença em uma reversão, mesmo com Trump – conhecido por recuar em suas imposições tarifárias no “dia D” com outras nações – é mínima? A razão reside em um desentendimento de cunho político, e não comercial, com o Brasil. Fatores como o processo judicial contra Bolsonaro, a postura brasileira em relação às big techs, o apoio de Lula a Kamala Harris, e a proximidade de Lula com China e Rússia, além da percepção do BRICS como um contraponto a Washington, parecem estar no cerne do impasse. Nesse cenário, nem Trump parece propenso a ceder, nem Lula adota uma postura diplomática, resultando no fechamento de canais de comunicação.
Em um último esforço por pragmatismo e racionalidade antes de sua viagem a Nova York, o chanceler Mauro Vieira despachou um embaixador aos Estados Unidos com a missão de restabelecer o diálogo. Contudo, até a noite de segunda-feira, o cenário era de apreensão, sem qualquer motivo para otimismo, gerando preocupações profundas quanto ao impacto no PIB, aos exportadores, aos bens de consumo e à manutenção dos empregos.
A taxa de 50% se aproxima com um potencial devastador, enquanto Lula, em pleno fervor eleitoral, demonstra otimismo, e o Brasil se vê diante de um revés que trará custos significativos. Nesta fase crucial, a única consolação é que a sexta-feira não marcará o colapso total. O confronto persistirá, e ainda há amplas oportunidades de negociação, desde que Trump e Lula assumam uma postura e disposição de estadistas, que até o momento não demonstraram. Será isso possível? A resposta só virá após o “dia D” crucial.
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